2006-12-11

Senhor, dai-me fé! - 2

Recebi várias e interessantes manifestações a respeito do meu texto anterior. Queria respondê-las por partes.

Para começar, eu não gosto da denominação "ateu". Ela foi inventada... pela igreja. Ninguém diz que alguém é "antiallah" porque não acredita em allah. O que as pessoas chamam de deus é uma invenção da igreja. Porque eu não acredito em uma invenção eu tenho que ter uma denominação? Porque não dizer que sou simplesmente "são"?

Qualquer católico acha que o corão é talvez somente uma obra literária. Alguns acham que é um livro maldito. Por outro lado os muçulmanos acham que a bíblia é uma obra literária ou um livro maldito.

Eu acho que tanto o corão como a bíblia são obras literárias de gosto duvidoso. Escritas por pessoas. Nenhum dos dois é condenável... a menos que as pessoas baseiem suas vidas no que está escrito neles.

Agora, tente dizer para um católico (que na grande maioria das vezes jamais leu a bíblia) que a bíblia é só um amontoado de historinhas. Ou para um muçulmano, a respeito do corão.

Eu não acho o muçulmano menos esperto que o católico. Ambos estão exatamente no mesmo nível de ignorância, e conseqüentemente, de intolerância. Se você acha que a sua religião é a correta, o judeu vai achar que a dele é que é a correta. Não há forma de conciliar as múltiplas visões deturpadas do mundo.


8 comentários:

Saramar disse...

Zappi, boa noite.

Exelente você tem voltado ao assunto. E com essas didáticas explicações.
Você esclareceu bem porque as religiões são o maior mal que existe em se tratando da compreensão do mundo.
O sectarismo profundo de cada uma delas tem provocado morticínios, tragédias, holocaustos.
Se o diabo existisse, como o desenham as religiões, ele as teria inventado.

beijo

Anônimo disse...

Acho que quando você vier de ferias pela UE,por gentileza me dê o prazer E A OPORTUNIDADE de conhecer você.Não vou "encher" sua paciencia hehehehehehehehe

Anônimo disse...

Que bom que você voltou ao assunto. Eu postei comentário ao seu texto original.
Você tocou em um assunto muito delicado. Religiosidade, cada um tem a sua. Nunca haverá comunhão de opiniões.
Você descorda de que uma pessoa baseie sua conduta nos mandamentos da bíblia. É uma posição aceitável. Especialmente o é se pensar-mos que cada pessoa passa por experiências distintas. Então, vou tomar a liberdade de falar de uma experiência pessoal.
Passei por uma situação de dificuldade extrema (não vem ao caso narrar). A solução para tudo, passou diretamente pela minha religiosidade, que hoje está muito mais forte.
Então, eu, pela experiência que tive, não penso duas vezes para nortear a minha conduta pela bíblia.
Em geral, o que eu busco, consigo alcançar (exceto desbancar esse presidente, que é, por sinal, um anti-cristo). E não me considero tão desprovido intelectualmente. Desculpe por dar uma abordagem pessoal ao meu comentário, mas penso que não é de todo inoportuno.
Abraço, amigo.

Anônimo disse...

Olá Marcos

Concordo com você em que cada um acredita no que quiser. Existe um ponto ainda mais delicado, que é o seguinte: se alguém deixa de acreditar em deus, o que sobra para essa pessoa? Com o que ele poderia substituir sua crença? Quero abordar o assunto em outro post. Entendo que você passou por dificuldades, mas outras pessoas passam por dificuldades também e as resolvem de diversas maneiras.

Um abraço,

Anônimo disse...

Oi Julia,

Pode crer que vou visitá-la quando for para a UE... mas infelizmente não tenho planos por enquanto...

Obrigado pelo convite!!

Anônimo disse...

Caro Paulo,
Estes livros sagrados,mesmo sendo obras literárias, foram escritos por um grupo de pessoas, ou "ESCOLAS" , cada um em seu tempo para suprir uma necessidade da humanidade.Eram pessoas muito inteligentes e conseguiram incorporar nos textos muitas dimensões de interpretação (visões inter , intra e traspessoais , no mínimo)Não se pode fazer uma leitura literal uma vez que não conhecemos o contexto correto em que foram criados. Mas o simbolismo, quando compreedido atraves do coração e não só do intelecto, é no minimo útil, se não transformador

Anônimo disse...

Concordo, mas também o é qualquer obra de ficção. Só como exemplo, gosto muito mais da "Divina Comédia" do que da Bíblia. Muito mais reveladora e sutil. Até o Marcola sabe disso. "Don Quixote" é uma obra mil vezes mais interessante e profunda do que a Bíblia. A importância que se dá à Bíblia, Torá e Corão é de uma leviandade mental que não tem paralelo na história da humanidade.

Anônimo disse...

Olá Zappi!
A crença que uma pessoa carrega dentro de si, e a acompanha nos seus atos e norteia seus objetivos, pode ser a religião (Deus), pode ser o poder, pode ser a riqueza, pode ser a cultura, e assim, infinitamente.
Eu entendo o seu pensamento, no sentido de que uma pessoa não pode devotar a sua vida à crença religiosa. Em sendo assim, se terminar essa crença, resta um vazio. Realmente há pessoas que pensam assim. Isso não é bom.
No meu pensar, a religiosidade deve estar sempre presente, mas não como elemento principal a absorver os esforços. E sim como um freio ético e moral.
É possível ser religioso sem ser acomodado. É possível dizer "que Deus me ajude", sem ficar esperando que as coisas aconteçam. Este é o lado bom da religiosidade. Pena que nem sempre é assim.