2007-04-21

Lula e os crimes hediondos

O governo, no meio do turbilhão causado pelas operações da PF, aprovou uma lei interessante: agora é mais fácil para quem praticou crimes hediondos conseguir liberdade provisória (ouça aqui). O governo federal embute esse trambique na lei e os deputados nem percebem? Nada me tira da cabeça que há algo acontecendo entre o PCC e o Lula. A reação do governo ao caso do menino João Hélio foi facilitar a vida dos bandidos? A mensagem é clara. Querem calar a boca de todo mundo que teve algum parente assassinado. Ainda por cima o Lula não perde a oportunidade para dizer que os assassinos são na verdade pobrezinhos que foram esmagados pelo capitalismo brasileiro.

A Polícia Federal e todas as polícias brasileiras podem prender todos os bandidos do Brasil: o Governo Federal está aí para garantir-lhes a liberdade. O PCC manda no Lula. O Marcola deve ser o cérebro que está por trás desse governo do vomitivo PT.

Estou preocupado: não vi esta notícia em nenhum blog ou jornal, só na CBN. Por acaso é um furo?

4 comentários:

Saramar disse...

Zappi, eu li sobre o assunto em algum lugar. Talvez no "Congresso em Foco". Ninguém realmente tratou disso.
O líder já havia dado mostra de sua predileção por criminosos (até confessos) quando elogiou e fez de tudo para manter os companheiros do mensalão e o ministro que quebra sigilo bancário de cidadãos.
E, nós que pensamos que elle ficaria apenas nestes!

Bira disse...

Saiu na VEJA.
É bizarro tudo isso, fala a revista que é coisa do sr Bastos.
Qual o interesse do PT em libertar bandidos perigosos e tratar com desdem a violencia?
Será tudo por voto das familias dos meliantes?

Anônimo disse...

APAGAO AEREO

LULA SABE POR QUE... ELE JANTOU COM VALTER SAMARA, COM TANIGUCHI, QUE NEM SAO DO PT...MAS METERAM A MAO NA GRANA DO INFRAERO... IMAGINEM QTO GANHOU O PT NA BASE DE 10%... REPASSADOS PELOS SAQUEADORES DO INFRAERO...

FICA UM DESAFIO

QUAL O DEPUTADO OU SENADOR DESTAS FARSAS DE CPIs VAI MEXER NESTA PODRIDAO...DUVIDO QUE TENHA UM DEPUTADO HONESTO PARAA MEXER COM ISSO....CHAMAR SAMARA, TANIGUCHI, ELEUZA, ETC.

Anônimo disse...

SE OS DEPUTADOS FARSANTES DISSEREM QUE NAO SABEM NADA DA ROUBALHEIRA NO INFRAERO. VER ABAIXO.
ISTOÉ – Como provar isso?

Silvia – Basta quebrar o sigilo das empreiteiras, dos diretores da Infraero, dos superintendentes. A Aeromídia mesmo fez depósitos para alguns diretores.

ISTOÉ – Alguns nomes de diretores que a sra. Menciona já apareceram em outras denúncias contra a Infraero, como Eleuza Therezinha, mas permanecem em seus cargos.

Silvia – Ela é da equipe do Lula, do Carlos Wilson. Essa aí, acho que vai ser meio complicado. O Mário Ururahy, que recebia mensalão da Aeromídia no Paraná, hoje é assessor da Eleuza.

ISTOÉ – Como era pago esse mensalão?

Silvia – Os valores variavam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. Havia também presentes: carros, festas, jantares.

ISTOÉ – Outros diretores da Infraero também recebiam mesada?

Silvia – Luiz Gustavo Schild, diretor de Logística e Carga. Ele foi superintendente na sede. Conduzia as negociações para as lojas Duty Free. Depois, foi afastado, transferido para superintendente de Cargas, porque estava para explodir todo este bafafá da Brasif.

ISTOÉ – Que bafafá?

Silvia – A Brasif ganhava todas as concorrências para os free shops nos aeroportos.

ISTOÉ – O que há de concreto nessa denúncia que a sra. faz de que o presidente Lula possa ter sido beneficiado nesse esquema?

Silvia – A proposta que me fez certa vez um dos maiores amigos de Lula, o empresário Valter Sâmara.

ISTOÉ – Que proposta?

Silvia – Encontrei Valter Sâmara em um vôo de Curitiba para Brasília, em 2004. Nesse vôo, ele insistiu que eu fosse falar com a secretária de Lula, Mônica, no Palácio do Planalto. Ele me falou que qualquer coisa que eu quisesse na Infraero a Mônica seria capaz de resolver para mim. E que ela, então, receberia 10% de comissão para o partido, o PT.

ISTOÉ – Ele disse que o dinheiro seria para a campanha do Lula?

Silvia – Não ficou claro. Disse que era para o PT.

ISTOÉ – E a sra. Chegou a procurar Mônica?

Silvia – Não. Eu não fui. Apesar da grande insistência dele. Ele me procurou no hotel várias vezes. Em um dia só, ele ligou várias vezes no hotel para que eu fosse lá.

ISTOÉ – Esse foi o único encontro que a sra. teve com Valter Sâmara?

Silvia – Houve uma outra vez, em que ele foi a Brasília almoçar com Lula, dona Marisa e uns chineses que estavam no Brasil, fazendo negociações com o governo federal. O Sâmara está sempre em Brasília. Ele inclusive comprou uma chácara em Goiás para encontros políticos. Se não me engano, tem até pista de pouso.

ISTOÉ – Como é que a sua empresa se envolveu com esse esquema?

Silvia – No início, quando Carlos Alberto Carvalho me procurou pela primeira vez, era para fazer arrecadação de dinheiro para a campanha de reeleição de Cássio Taniguchi para prefeito de Curitiba. Às vezes em dólar. Os políticos do Paraná, ligados a Taniguchi, reuniam-se freqüentemente na Aeromídia para discutir a formação desse caixa 2. O que eu nunca entendi bem era por que, já naquela ocasião, o Padre Roque (deputado do PT do Paraná) aparecia nas reuniões.

ISTOÉ – O que se discutia nessas reuniões?

Silvia – Eles instruíam como as pessoas deveriam se comportar na polícia, se alguma coisa acontecesse. Um dia, chegou a aparecer na empresa uma mala grande de dinheiro. Parte de US$ 7 milhões.

ISTOÉ – Esse esquema continua ativo?

Silvia – Com certeza está vivo. O homem do Cássio hoje na prefeitura é o Beto Richa. Um dos homens dele, o advogado Domingos Caporrino, me ligou hoje me mandando calar a boca.

ISTOÉ – O que a sra. denuncia começou com o Taniguchi e permanece até hoje. Que outros nomes estão envolvidos?

Silvia – Com certeza o Marcos Valério e o José Dirceu.

ISTOÉ – Qual seria o envolvimento de Dirceu?

Silvia – Ele tem contatos com o diretor comercial da Infraero, Fernando Brendaglia. Quando Dirceu esteve em Portugal naquelas negociações com a Portugal Telecom, Brendaglia estava com ele. E Emerson Palmieri, que estava em Portugal com Dirceu, também tem contatos no esquema da Infraero. Ele seria mesmo uma espécie de link entre Brendaglia, Dirceu, Marcos Valério e Cássio Taniguchi. Emerson Palmieri esteve várias vezes nas reuniões na Aeromídia.

ISTOÉ – Em troca do pagamento desse mensalão, o que ganhou a Aeromídia?

Silvia – Contratos nos aeroportos. Muitas vezes irregulares. Um dos contratos envolve o Duda Mendonça. Um contrato que não poderia acontecer. O pessoal do aeroporto de Brasília me respondeu que era impossível eu fazer publicidade naquela área. No entanto, foi feito sem licitação.

ISTOÉ – E qual era o envolvimento de Duda Mendonça?

Silvia – Eu veiculava um anúncio que era feito pela agência dele. A questão do Duda ali é que ele não roubava essas migalhas. O contrato era a desculpa para que a agência dele fosse contratada para fazer o anúncio. O que ele pegava em dinheiro grosso mesmo vinha da Brasil Telecom, a anunciante.

ISTOÉ – E a sua participação, qual era?

Silvia – Eu negociava com a Zilmar Fernandes (sócia de Duda Mendonça). Esse contrato é ilegal com a Infraero. O Fernando Brendaglia é quem autorizou a colocação da publicidade antes de ter o contrato.

ISTOÉ – A Zilmar tinha consciência de que era contrato irregular?

Silvia – Tinha. Quando houve um problema num contrato anterior, que foi fechado, nos fingers de 1 a 7, chegou a haver uma ordem para arrancar todos os adesivos que já estavam colocados. Foi quando a Zilmar entrou. Fizeram alguns acertos e os adesivos continuaram. Um contrato de três anos, sem licitação. Um contrato que ele entrou no aeroporto antes mesmo de sair em Diário Oficial da União, antes de assinar o contrato. Deu um rolo, os concorrentes reclamaram. O Brendaglia chegou a chamar uma dessas empresas que protestavam: “Fique quieta, vou te dar outro espaço, mas deixa esse contrato aqui, nãomexe com isso não.”

ISTOÉ – Além da Aeromídia, que empresas fecham contratos irregulares com a Infraero?

Silvia – Todas. Absolutamente todas. Kallas, Codemp, Via Mais. A SF3, que, na verdade, é do Brendaglia. E do Carlos Wilson. Porque eles são sócios em tudo, até em uma fazenda de frutas em Petrolina. Frutas para exportação. Há um contrato que envolve a empresa de um filho de Reinhold Stephanes.

ISTOÉ – O ministro da Agricultura?

Silvia – Esse. Me tiraram da jogada. Era um contrato enrolado. Um contrato no Rio, para um consórcio, Ductor, do qual participava a Cembra, empresa de Marcelo Stephanes, filho do ministro.

ISTOÉ – O TCU tem encontrado irregularidades também nas obras de ampliação dos aeroportos.

Silvia – É verdade. Tudo é superfaturado. A Odebrecht, por exemplo, no aeroporto de Recife. A Andrade Gutierrez no aeroporto de Curitiba, OAS no aeroporto de Salvador. Uma empresa de São Paulo ganhou a obra de Brasília e furou o esquema. Eles então trataram de tirar a empresa da obra. A corrupção ali é muito grande. A Infraero investiu mais de R$ 3,2 bilhões em obras. Se quebrar o sigilo bancário dos diretores da Infraero, dos superintendentes, na engenharia, que cuida das obras, se encontrará um absurdo.

ISTOÉ – Como a sra. pode dizer isso com tanta convicção?

Silvia – Eu vi tudo isso por dentro. Eu presenciei uma reunião com a construtora DM aqui em Curitiba. Um arquiteto chamado Ricardo Amaral vendeu por R$ 200 mil um projeto para cada empreiteira. Ele entregou antecipado o projeto, para construir o edifício-garagem do aeroporto, cobrou R$ 200 mil e não saiu a obra. A Eleuza sabia disso. A Eleuza esteve dentro do escritório dele, em reunião com os grandes empreiteiros. OAS, Odebrecht, CR Almeida e Andrade Gutierrez.

ISTOÉ – O novo presidente da Infraero, o brigadeiro José Carlos Pereira, há algum envolvimento dele com esses casos de corrupção?

Silvia – Não. Mas ele não consegue demitir os diretores porque o esquema montado no passado permanece rendendo muito.

ISTOÉ – No Paraná, dizem que a sra. possui dois CPFs.

Silvia – Depois de ter feito a denúncia na PF, minha bolsa e meus documentos sumiram misteriosamente. Posteriormente, soube que emitiram CPFs em meu nome. Mesmo que tentem me desqualificar, vou levar minhas denúncias até o fim.

Revista Consultor Jurídico, 20 de abril de 2007