2007-08-03

Liberdade para brasileiros

Chamou-me a atenção que os jornais brasileiros falam dos "desertores" cubanos. Desertores? Não é uma palavra muito forte não? Qual o crime destes coitados, que ainda por cima são atletas de primeira linha?

Os que tiveram o azar de nascer nessa porcaria de ilha que nem a mais básica liberdade de ir e vir respeita estão mesmo fritos. Logo nem para outros países da América Latina vão poder ir. Venezuela? Deportados. Bolívia? Deportados. Brasil? Deportados. Só resta amarrar as bananeiras com um saco de plástico e remar para Miami.

Ainda tem gente no Brasil que acha que Cuba é um paradigma democrático... uergh... Só para não dizerem que sou um porco capitalista, vejam isto:

"O salário-padrão de 15 dólares por mês é claramente insuficiente para satisfazer todas as necessidades" - Palavras de Raúl Castro, irmão de Fidel. (aqui)

Não é à toa que os coitados querem fugir. Não os chamaria de desertores, mas de gente de bom-senso.

Gostaria de dar uma pequena dica aos brasileiros, cuja idéia de "liberdade" já era meio torta antes de Lula, e aparentemente só tem ficado ainda mais distorcida.

"Liberdade" é o direito de ir e vir. Isso inclui deixar o país, se não quiser ficar nele. Como eu fiz, vendi tudo e vim.

Atenção, esta é difícil:

"Liberdade" é fazer o que dá na telha com o próprio dinheiro. Se quiser investir em uma fabrica de vassouras ecológicas em Duque de Caxias pode. Entretanto, se achar que dá mais retorno converter o dinheiro em dólares e investir na Bolsa de Nova York, também pode. Eu sei que é difícil entender, mas dinheiro que não sai do país não é dinheiro, é vale-refeição.

Esta é básica:

"Liberdade" é ser capaz de criticar o governo, ter oposição atuante, poder manifestar a insatisfação.

"Liberdade" é poder operar dentro de um sistema cujas leis funcionem e sejam aplicadas com justiça, rápidamente.

É incrível como tem gente que não entende.

4 comentários:

Bira disse...

Tentam embutir na cabeça das pessoas, que o estado será sua única fonte de recursos de toda espécie, evidente, esta dependência impede a sociedade de fiscalizar o seu dinheiro, afinal, o dinheiro não é do estado e sim da população. Já o poder e os amigos do poder, misteriosamente, tem o patrimônio dobrado, triplicado, mas só eles.

Anônimo disse...

O problema é que o brasileiro médio, aquele que gosta do paizão Lula, é como burro que passou a vida com uma cangalha no lombo. Um dia, o dono resolveu usá-lo não mais como burro de carga, e sim, como montaria. Quando colocou-lhe a sela, bem mais confortável, o burro saiu pulando igual um louco. Dai o ditado popular: 'burro acostumado com cangalha não aceira sela".

Anônimo disse...

Tem muita gente no Brasil que não consegue atinar que tem alguma coisa errada com essa receita. Se os Russos, que são um povo mais aculturado, determinado e que tinha um desafio estimulante não conseguiu fazer essa coisa funcionar; se os Chineses que são milenares, determinados, teimosos, disciplinados tambem acabaram desistindo de insistir nessa aventura, os valentes latinoamericanos é que vão fazer esse negócio funcionar. E o pior é que acreditam que podem. Ou fingem que acreditam. Tem gente, do povo, que acredita que será melhor mas, quando a gente pergunta se já leu alguma coisa a respeito, como digamos, "O Manifesto", dizem que nem sabem do que se está falando. Então eu não sei o que dizer. So me resta desejar "infeliz coletivismo" pra essa gente que assim daqui a uns 50 anos eles estarão fugindo do Brasil (não sei pra onde) pois eu, com certeza não estarei mais aqui. São que nem crianças: têm que enfiar o dedo na tomada para levar choque.

Bira disse...

Severo fez uma relato historico pertinente. Fica claro que tudo gira em torno do enriquecimento do grupo politico reinante, seja qual for.