2007-11-15

Lasciate ogni speranza

Todas as manhãs ouço as notícias em italiano na rádio multicultural SBS que transmite em 68 línguas. Ouça um programa aqui. Bom, estava ouvindo o rádio quando noticiaram o triste caso de Hina Saleem. Esta pobre moça cometeu o crime de ir morar com o namorado, e por este motivo foi assassinada pelo pai e pelos dois cunhados. Eles são paquistaneses islâmicos e acreditam que é sua obrigação matar a moça para salvar-lhe a honra e impedir que toda a família fosse para o inferno. Os italianos comportaram-se perfeitamente bem: os três foram condenados e presos por 30 anos. Um tio será preso por quase 3 anos, por ajudar a ocultar o cadáver, que foi enterrado no jardim da própria casa, perto de Brescia, na Itália.

O que mais me chamou a atenção foi a reação da mãe da moça assassinada. Quando ouviu a sentença, começou a gritar como uma maluca em paquistanês: "Que injustiça! Um pai agora não pode nem castigar a filha! Que absurdo!"

A minha pergunta é outra. Que tipo de monstro é essa mãe? Deveria ter sido presa também. Essa gente teve o cérebro dissolvido por uma doutrinação religiosa desde a infância. Eles estão aí para nos lembrar do inferno em que o mundo se transformará quando os religiosos, com seus dogmas irracionais, tomarem o lugar que acreditam ser deles, o lugar de guardiães da moral da humanidade, moral ditada por deus. Lembrem-se sempre de Hina Saleem e dos milhares de outras cujos dramas nunca chegarão a nós.

5 comentários:

VICENTE B. PRIETO disse...

Só mesmo um deus maluco poderia concordar com essa mãe !
A existencia dessa senhora é a prova da não existencia de um deus misericordioso e justo!
VICENTE PRIETO

Anônimo disse...

ZAPPI, NO CASO, NÃO INTERESSA SE DEUS EXISTE OU NÃO. O TRÁGICO É CONSTATARMOS ATÉ QUE LIMITES INACEITÁVEIS A FÉ RELIGIOSA COMO UM TODO PODE CEGAR O SENSO CRÍTICO DA MAIORIA DOS HUMANOS, A PONTO DE TRANSFORMAR UMA MÃE EM UM MONSTRO. PROVA, POIS, QUE CHRISTOPHER HITCHENS TEM RAZÃO... MARIO GENTIL COSTA

Anônimo disse...

Li ainda esta semana sobre o caso da moça que foi estuprada por 14 homens e ainda foi condenada a 60 chibatadas, como recorreu e levou o caso pra mídia teve a pena elevada pra 200 chibatas, por tentar atrair a imprensa pro seu caso, dando visibilidade, e esperando com isso ter ganhos na justiça! Acho que era saudita, se não me engano.

Sanny Mohamed disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sanny Mohamed disse...

Esse como muitos outros atos em nome da fé é monstruoso e imperdoável. Jamais, essa família de monstros poderia ficar impune. Só quero ressaltar que, o fato de terem se declarado muçulmanos (aquele que segue a religião Islâmica) não significa que esses atos são descritos e pregados pelo livro sagrado, o "Corão".
Devemos separar a doutrina dos atos de cada indivíduo, ainda que estes se apóiam na religião para justificarem seus atos.
Sou muçulmana e posso afirmar com total certeza de que NÃO existe em parte alguma no "Corão" esse tipo de "castigo". Tampouco que a família responderá pelos pecados de sua filha, como está descrito acima.
Quero reafirmar que o crime foi bárbaro e que os 30 anos de prisão ainda é pouco para essa família de monstros. Inclusive, se fossem julgados pela doutrina Islâmica, eles teriam pena de morte.
Só ressalto para que analisemos separadamente os atos dos indivíduos, que interpretam erroneamente a doutrina, e a própria doutrina em si, que é pouquíssimo conhecida pela população. Somente quem pesquisa e estuda profundamente tem base para argumentar, sem reafirmar os estereótipos disseminados pela grande imprensa.
Temos padres pedófilos no país e no mundo e, no entanto, sabemos que a religião Católica no prega a pedofilia. O Islã não prega a violência como qualquer outra religião monoteísta e, no entanto, temos assassinos cruéis que matam seus próprios filhos e usam o nome da religião para justificarem seus atos e, numa atitude covarde e cruel, saírem impunes.