2009-01-31

A imagem dos cariocas

O governo do Rio de Janeiro está muito preocupado com uma campanha que seria "para denegrir a imagem do Rio no exterior". Não, os PM's não fazem isso, disseram. "Quando uma mulher é revistada, sempre é por uma policial feminina". Ah, bom, entendi agora. A campanha denigre a imagem do Rio porque eles se enganaram e colocaram policiais homens para revistar modelos italianas... que teriam sido revistadas por policiais mulheres.

O probleminha que os cariocas sempre parecem esquecer é que a imagem do Rio de Janeiro não precisa ser denegrida por campanhas estrangeiras. A imagem do Rio já é, em linguajar carioca, uma Merrrrrda - assim mesmo, carregando no erre, como os cariocas fazem tão bem.

Esta eficientíssima polícia carioca que jamais tocaria em uma modelo estrangeira é também a eficientíssima polícia que não prende assassinos, não entra em favelas e vende proteção para pontos de tráfico, entre outras nobres atividades. O índice absurdo de assassinatos no Rio de Janeiro não me deixa mentir. Denegrir? Esta campanha não adiciona um pingo à já completamente destruída reputação de uma das cidades mais violentas e sujas do mundo.

E para converter a ironia em sarcasmo, os políticos fingem estar estressadinhos, esses mesmos que vão à favela pedir votos para traficantes, em vez de demolí-las de uma vez.

2009-01-25

E dá-lhe assassinos

Enquanto no Brasil o presidente faz questão de importar assassinos, outros assassinos menores ficam na moitinha.

Em vez de acusar os verdadeiros criminosos, inventou-se a "bala perdida" e a "linha com cerol" como assassinos anônimos. É difícil de entender que a "bala perdida" foi disparada por um assassino e que a "linha com cerol" foi esticada por um assassino? É difícil entender que assassinos tem que ser presos? Qual parte do problema os brasileiros ainda não entenderam?

A verdade é que o Brasil nunca foi muito famoso pelos seus pensadores. Ainda há tempo de fazer algo. Proteste!

2009-01-18

Mais Schubert


Outra versão da sonata "Arpeggione" para cello e piano, com Miklós Perényi e András Schiff.

    
  

2009-01-17

Um milhão sem ação

Estamos finalmente chegando à fantástica marca de um milhão de assassinatos desde 1980. O Brasil inteiro está orgulhoso enquanto seus governantes importam mais assassinos. Demorou 29 anos para chegar a esse número mágico. Quem sabe conseguiremos romper essa barreira outra vez em 20, talvez 15 anos mais? O Lula e o Tarso Genro estão fazendo o possível para que o Brasil consiga ficar à frente de zonas de guerra como o Iraq e a Faixa de Gaza. Preparem os fogos para comemorar um milhão de assassinatos desde 1980!

2009-01-16

Quem não reclama, merece!

É, o governo brasileiro parece mesmo decidido a aumentar a proporção de meliantes na população geral. O último caso é o "asilo" concedido ao cidadão italiano - como a primeira-dama Marisa - que assassinou 4 pessoas e foi condenado.

Nada melhor que fugir para um país amigo dos bandidos como o Brasil. Lá é muito difícil ser condenado. Com 50.000 assassinatos por ano e menos de 10% dos casos são solucionados pela polícia, o Brasil é o verdadeiro paraíso dos assassinos seriais. Só no último Natal em São Paulo, 2.000 presos fugiram da cadeia depois do "tradicional passeio de Natal" concedido aos bandidos. Mesmo quando todo mundo sabe que um desgraçado matou a própria ex-namorada a magnífica justiça brasileira freia o processo. Não há dúvida que o Brasil é hoje em dia o melhor país do mundo para os assassinos e outros criminosos.

A Itália está enfurecida e quer seu bandido condenado. Tarso Genro, o porta-voz e mentor da decisão de adicionar mais um assassino, Cesare Battisti, à população brasileira deve ter seus motivos. Quem acha que são bons motivos, que se manifeste. Se o seu pai tivesse sido morto por Battisti e você tivesse ficado em uma cadeira de rodas por um tiro disparado por esse canalha, o que você diria?

Ninguém reclama. Os brasileiros merecem os assassinos que estão à solta. Não existe um povo menos solidário e mais covarde do que o brasileiro. Afinal qual o problema de adicionar só mais um assassino ao batalhão que anda solto por aí dando risada?

2009-01-09

Expressão e impressão

A primeira vez que reparei nessas duas palavras foi quando aprendia alemão. Não há nada melhor que uma língua estrangeira para fazer com que compreendamos melhor a nossa própria.

Vejamos essas palavras: Ex+pressão e Im+pressão.

A primeira pergunta que me veio à mente foi "Que pressão é essa afinal?".

Pressão é equivalente à palavra força e, para os antigos, não havia movimento sem força. Esta pressão é o que move as pessoas à ação.

Quando a pressão está represada, nos a libertamos nos exprimindo. Nossa expressão impulsiona outros a fazer algo se conseguirmos formar dentro de suas mentes uma impressão favorável.

Assim a expressão gera a impressão que gera novas expressões. Nessa vigorosa dança o mundo muda de rumo.

Da mesma maneira, se algum grupo não deseja o progresso, a primeira providência é sempre cercear a expressão. Em todos os regimes totalitários isso aconteceu de forma mais ou menos completa. Esses regimes terminam por colapsar por sua própria incompetência, mas não sem antes destruir milhões de vidas e pensamentos e assim deixar seu povo em um estágio muito atrasado.

A outra forma de imobilizar o mundo é muito mais sutil. Ela funciona pelo lado de limitar as "impressões". Como? Se a capacidade de comunicação é tão baixa que o ouvinte nem sequer entende o que lhe é dito, a expressão pode existir mas a impressão jamais se forma. É a maneira mais perversa de limitar um povo.

É o que acontece no Brasil.

Quando não se é totalmente analfabeto no Brasil, as crianças e adolescentes estão submetidos à mais perversa doutrinação. Esta doutrinação vem da escola, dos professores, da televisão, da família, das empregadas domésticas. As verdades básicas são repetidas infinitamente e qualquer outra informação encontra cérebros refratários, indiferentes. Nada muda. Todos aplaudem quando é para aplaudir. Opinião própria é uma coisa feia. Todos concordam. Ninguém reclama. Harmonia total.

O brasileiro nem sabe o que é debate. No Brasil debate é colocar um representante da UNE e outro da reitoria para trocar insultos. Debate no Brasil é só mais uma baixaria, como o domingão do Faustão, Chacrinha ou Silvio Santos. Debate no Brasil é o Lula falando em rede nacional ou o Maluf acusando a Marta de ladra. Um exclusivo canal para espalhar atraso. Nunca um pensamento lógico, nunca uma opinião. Opinião é uma coisa feia. Reclamar também é feio.

Quando cheguei à Australia fiquei espantado com esta diferença: aqui na escola primária há curso de debate. Sim, debate real, com argumentos lógicos, com regras rígidas, a expressão gerando impressões, as impressões gerando expressões. Nunca vi nada disso no Brasil.

Debates podem ser ganhos ou perdidos. Entretanto o que se expressou fica para sempre dentro de cada ouvinte. Essas impressões evoluem lentamente e no fim a verdade prevalece.

O gosto pela verdade deve ser cultivado. É mais facil aceitar mentiras prontas, tranquilizadoras, repetidas ad infinitum com aquela expressão insípida de apresentadora petralha em propaganda eleitoral.

Quem gosta da verdade reage imediatamente. Expressa-se, doa a quem doer.