2011-01-20

700 mortos e 8 passaportes


Por Demétrio Magnoli - O Estado de S.Paulo

Marco Aurélio Garcia qualificou como assunto "de uma irrelevância absoluta" a concessão de passaportes diplomáticos aos filhos e netos de Lula. Ele, certamente, considera relevante a tragédia que ceifou mais de 700 vidas e destruiu cidades inteiras na Região Serrana do Rio de Janeiro. Os dois eventos, cujos impactos sobre a vida nacional são incomparáveis, estão relacionados, ainda que indiretamente. Eles, além disso, têm igual relevância, pois procedem da mesma fonte: a delinquência atávica de uma elite política hostil ao interesse público.

A lei é cristalina ao listar os critérios que regulam a concessão de passaportes diplomáticos. O ex-ministro Celso Amorim violou a lei, a pedido de Lula, quando presenteou a prole estendida do ex-presidente com o privilégio reservado aos representantes do Estado. O gesto ilegal não é amenizado, mas agravado pelo recurso cínico à invocação do "interesse nacional". O que o Ministério Público precisa para acusar o ex-ministro e o ex-presidente de abuso de autoridade?

Certos grupos ambientalistas propensos à mistificação culpam as mudanças climáticas globais pela catástrofe no Rio de Janeiro. Mas as precipitações torrenciais e os deslizamentos em encostas de morros fazem parte da dinâmica climática e geomorfológica normal das serras do Sudeste brasileiro. A intensidade das chuvas não é explicação suficiente das causas de uma das maiores tragédias humanas da história do País. Uma urbanização descontrolada, com ocupação extensiva de encostas de morros e várzeas inundáveis, moldou o cenário do desastre. Os mortos, as famílias devastadas, os desabrigados são o produto de décadas de escolhas políticas baseadas numa racionalidade avessa ao interesse público e, muitas vezes, às próprias leis. O que o Congresso Nacional precisa para instalar uma CPI dedicada à investigação do enredo completo da tragédia anunciada?

O patrimonialismo "é a vida privada incrustada na vida pública", segundo a definição de Octavio Paz. Na sua trajetória rumo ao poder, o lulismo conectou-se com um anseio profundo da sociedade brasileira ao fazer a denúncia sistemática de uma elite política consagrada ao intercâmbio de privilégios oriundos do controle do aparelho de Estado. Lula tocou um nervo exposto com seus "300 picaretas do Congresso", tirada irresponsável que se converteu em canção popular e sintetizou a bandeira de mudança com a qual alcançaria o Planalto. De lá para cá, ele e seu partido traíram noite e dia o compromisso original. A emissão dos passaportes diplomáticos equivale a uma abjuração escrita: o presidente que sai transforma a corrupção em virtude, zombando da "lei das gentes".

Não há mais de 700 mortos no Rio de Janeiro porque Lula concedeu à sua descendência o privilégio ilegal, mas porque a elite política que hoje Lula personifica zomba da "lei das gentes". Cada uma das áreas de risco ocupadas na Região Serrana fluminense tem a sua história singular. Alguns bairros surgiram por incúria das autoridades públicas. Outros se estabeleceram sob o amparo de acordos espúrios entre loteadores e políticos em cargos de mando. Prefeitos e vereadores formaram clientelas eleitorais estimulando a ocupação de vertentes e várzeas, ou apenas condescendendo com a violação das normas. A catástrofe foi tecida com os fios de uma política que combina populismo, patrimonialismo e clientelismo. Na Austrália, inundações muito mais amplas deixaram um saldo de mortes que se conta na casa de poucas dezenas, não de várias centenas.

Lula e os seus não se limitaram a absorver os usos e costumes da elite política estabelecida, mas foram bem mais longe, produzindo uma espécie de elogio público do patrimonialismo. O ex-presidente proclamou a inimputabilidade de José Sarney (o "homem incomum"), mudou a lei para beneficiar a empresa financiadora do negócio de seu filho e, na hora da despedida, comportou-se como um potentado, oferecendo passaportes diplomáticos aos familiares com a desenvoltura de um pai que distribui ovos de Páscoa. Como exigir de autoridades estaduais e municipais o respeito à lei, a adesão à norma, quando a República se transfigura na fazenda dos Lula da Silva?

"Sempre tem a hora de fazer avaliação. Tem que se fazer uma autocrítica, por que se permitiu fazer tudo isso. Mas agora é resgatar corpos e ajudar famílias desabrigadas. Não vamos perder tempo nesse momento." O governador Sérgio Cabral não é mais responsável pela tragédia que seus predecessores ou que os prefeitos, vereadores e lideranças locais da Região Serrana do Rio de Janeiro. Contudo, ao fabricar uma acusação preventiva contra os críticos, ameaçando crismá-los como inimigos da ajuda às vítimas, revela-se mais inteligente - e muito mais nocivo ao interesse público. A sua operação de linguagem tem o objetivo de suspender o debate político enquanto perdurar a emergência humanitária. É a receita certa para proteger a elite política que parasita a sociedade.

Uma tristeza avassaladora começou a se espalhar pelo Brasil inteiro com as primeiras imagens da tragédia. A memória dos mais de 700 mortos merece um monumento que não seja feito de pedra nem se preste à demagogia das inaugurações políticas. O monumento só pode ser um programa plurianual ambicioso de reconstrução das cidades devastadas e remodelação estrutural dos padrões de ocupação do solo na Região Serrana fluminense e em inúmeras outras cidades e corredores urbanos do País. Os recursos para tanto existem, mas serão queimados na pira ardente das obras colossais da Copa do Mundo e da Olimpíada.

As chuvas de janeiro provocaram um trauma nacional duradouro. O verão não terminou. As águas da destruição ainda podem apagar o fogo do desperdício sem freios e das negociatas fabulosas promovidas em nome do orgulho nacional. É a única homenagem verdadeira que os vivos podem prestar aos mortos.


2011-01-17

E o governo, para que serve?


Às vezes não custa nada relembrar, especialmente em um país ridículo onde os iletrados cidadãos pensam que Lula é uma espécie de Chacrinha e que Tiririca deve ser eleito para prover ainda mais diversão.

Não!

O governo tem uma série de funções que são alegremente descumpridas, especialmente pelo governo Federal.

O Governo deve garantir a segurança do cidadão. Atenção: só em São Paulo houve uma redução no índice de assassinatos. Em todo o resto do Brasil, os níveis de violência aumentaram. O que é isso? Isso é uma função do governo indo para as cucuias.

O governo deve também fiscalizar construções e garantir que residências e indústrias sejam constrúidas de acordo com padrões de segurança e em áreas não sujeitas a desastres naturais.

Sempre choveu muito na serra fluminense. O governo sempre permitiu ocupação ilegal de áreas de morros por barracos, casas, etc. Logo, as centenas de mortos no Rio são atribuíveis diretamente ao governo que não há, no caso o incompetente puxa-saco do Lula, o Cabral, que é extremamente competente apenas para roubar dinheiro público e fazer férias na Europa.

Quando a patética Dilma e o seu antecessor, o grande corruptor Lula, passam a mão na cabeça dos assassinos do MST, ela está descumprindo outra função fundamental do governo. Até pior, está incentivando o crime. Quando o Lula espalha passaportes diplomáticos pela sua família inteira, ele e aquele patético e bocó protótipo de diplomata, o Amorim, estão simplesmente dando benefícios a quem não tem direito, passando um rolo compressor por cima das leis internacionais a respeito. O nome disso é nepotismo. Isso é corrupção.

Quando há um desastre, é função do governo organizar a ajuda aos sobreviventes. Só olhem para o Rio, vocês acham que existe governo por lá?

Em suma, o governo Federal e pelo menos o governo do Estado do Rio de Janeiro simplesmente só servem para cobrar impostos e sumir com a grana. É o que tem feito o Lula por 8 anos e é o que fará a sua amiguinha Dilma por mais 4. Importar assassinos como o Battisti? Ah, não poupam esforços para conseguir seu intento. Fazer o que deveriam para justificar seus salários? Jamais!

É com alguma cautela e alegria comedida que eu vejo a última declaração de Alckmin, o governador de São Paulo. Ele disse que não vai tolerar invasão de propriedades em São Paulo. Espero que pelo menos este governante cumpra algumas de suas obrigações.

É para isso que os brasileiros lhe pagam o salário!

2011-01-10

A est(ética) partidária

Dá para ficar confuso. Passe o mouse:



Usurpado de Augusto Nunes.

Os italianos já perceberam o que o PT e o Lula são

Deu na Veja:

Chanceler italiano diz que Lula terminou seu mandato 'da pior maneira' possível

Franco Frattini afirmou que extraditar o terrorista Cesare Battisti é um dever moral e que irá ao tribunal de Haia para colocar o criminoso numa prisão italiana

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, criticou a decisão tomada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no, dia 31 de dezembro, de manter o terrorista Cesare Battisti no Brasil. “Lula encerrou seu mandato da pior maneira”, afirmou Frattini em entrevista ao programa de televisão italiano Mattino Cinque.

Frattini disse que é necessário tomar medidas para evitar que o caso de Battisti se torne um exemplo. “Battisti publicou um livro no qual reivindicou todos os homicídios que cometeu, explicou as razões dos crimes, falou do roubo que tinha feito e de como aproveitou o dinheiro. Não é possível que o caso permaneça assim.”

O chanceler ratificou a posição da diplomacia italiana sobre o atrito com o Brasil. “Nós queremos Battisti nas prisões italianas. Eu disse que, se necessário, iremos à Corte Internacional de Justiça de Haia”, afirmou. “É uma questão de Justiça que envolve vítimas inocentes e, em segundo lugar, é um dever moral extraditá-lo."

Manifestações - Na última semana, manifestantes protestaram em vinte cidades da Itália contra a decisão do Brasil. Em Milão, mais de 100 pessoas se reuniram diante do Consulado brasileiro e gritaram: “Vergonha! Vergonha!”. Em Roma, em frente à Embaixada brasileira, manifestantes - entre eles políticos - pediam justiça e chamavam Lula de “covarde”.

As manifestações foram organizadas por Alberto Torregiani, que ficou paraplégico e perdeu o pai em um dos ataques do grupo de Battisti. Ele falou ao site de VEJA, com exclusividade, na última semana e afirmou que não deixará de lutar para que o criminoso cumpra sua pena.

Mais aqui.

2011-01-06

Só mais um ignorante

Agora que Lula já não é mais "presidente", volta a ser só mais um ignorante de botequim. Por Augusto Nunes:


Em sete anos e meio o andidato a comandante da ONU escreveu 19 palavras

Escrever é um ato solitário. Falar só faz sentido se há alguém ouvindo. Quase todos os políticos usam a voz para iludir plateias. Raríssimos rabiscam mentiras que só eles lerão. Historiadores sérios reconstituem os fatos baseados em registros escritos. Os presidentes brasileiros deixaram montanhas de manuscritos. Lula produziu só um. Em sete anos e meio, escreveu 19 palavras.

Leia o resto aqui.


2011-01-02

Emburrecimento global

Em 1977 os "cientistas" acreditavam que nos aproximávamos de uma nova era do gelo:

Gosto dessa capa. Ela fala no que podemos fazer para melhorar o mundo, para "fazer diferença". Seŕa que queimar combustível fóssil em grandes quantidades seria recomendável para aquecer o planeta com um empurrãozinho no efeito estufa? Bombardeavam-nos todos os dias com a "notícia" de que congelaríamos todos:


Ah, mas aí veio a turma do Aquecimento Global. Um par de invernos mais fraquinhos foram suficientes para convencer todo mundo de que morreríamos esturricados:


Reconhecem o personagem da foto? Sim, é ele mesmo! O urso polar que está ficando sem gelo, o mais famoso garoto-propaganda do aquecimento global.

Eis que a situação fica difícil para os aquecionistas, com a volta dos invernos frios. O descaro deste pessoal realmente não tem limites. Eles tem fé absoluta no emburrecimento global. Estão tentando agora convencer todo mundo que a causa dos invernos frios é... o aquecimento global! Genial, não?


Precisa dizer mais?