Imagine que lhe dão um problema para resolver. O problema consiste no seguinte:
-Determinar a temperatura de um objeto com alta precisão.
Assim que você começa a escolher o termômetro a utilizar, avisam-lhe:
-Cuidado, a temperatura desse corpo não é uniforme!
Bom, o problema começa a ficar complicado. Já é difícil determinar a temperatura de qualquer objeto com precisão de 0.1 °C, há pouquíssimos termometros capazes dessa precisão. Como você que é um cientista sabe, resolução de 0,001 °C é possível, mas a precisão de 0,1 °C é difícil de conseguir.
Como a temperatura do objeto não é uniforme, você cria uma estratégia para calcular a temperatura média do objeto, usando centenas de termômetros. Você pergunta:
-Posso isolar o objeto?
Claro, se isolarmos o objeto fica muito mais fácil garantir que a temperatura do corpo não está sofrendo influência de movimentos de ar ou fontes de radiação próximas. Então vem a decepcionante resposta:
-Não, não pode. Tem que determinar a temperatura do corpo do jeito que ele está.
Aí vem outro probleminha. Temos que determinar a temperatura com precisão de 0,01 °C em um objeto que tem partes que estão 100 °C mais quentes do que outras. Em alguns pedaços a temperatura é de -60°C e em outros chega a 45°C. Para piorar a situação ainda mais um pouquinho, a temperatura desse objeto varia com o tempo, muito rapidamente. Você já começa a achar que estão tirando sarro da sua cara. Mas então vem uma idéia, e com ela uma última esperança de cumprir a tarefa:
-Posso medir a temperatura no interior do objeto?
A lamentável resposta é:
-Não. Queremos saber a temperatura média do objeto e queremos saber como está variando com o tempo, com precisão de centésimos de °C. E tem pedaços líquidos, pedaços com gelo que derretem e recongelam, e recebe radiação luminosa e emite no infravermelho, a fonte de radiação muda de distância e está coberto de gases que circulam e cuja temperatura também varia com o tempo. Ah, ia me esquecendo, o objeto tem 12 mil quilômetros de diâmetro e tem o nucleo derretido, mas queremos a temperatura de sua superfície somente. Ah, e só do ar por sobre a superfície, a baixa altitude.
Este é o problema que os malucos que falam do "aquecimento global" dizem ter resolvido. E ninguém mediu a temperatura média dos oceanos, uma maneira elegante de determinar se o mundo está aquecendo ou não.
O engenho humano é realmente impressionante, e uma solução interessante para esta pergunta - que nem sabemos se é uma pergunta relevante - foi conseguida recentemente. Com satélites medindo a emissão de infravermelho distante é possível medir com grande precisão contínuamente a temperatura atmosférica ao redor dessa gigantesca esfera, milhões de pontos e milhões de medidas por dia, continuamente, dia e noite, sobre terra e oceanos. Tudo isso para descobrir que o objeto, nossa Terra, não aqueceu mais do que 0,05°C (cinco centésimos de grau centígrado) por década nas 3 décadas em que essa medição existiu! Na verdade, o mundo está neste momento mais frio do que estava em 1983, 4 anos depois de ter começado a medição por satélites, a única que tem alguma confiabilidade.
E falam de aquecimento global, os muito espertos. Vão se catar!
Vejam um dos termômetros usados para tentar resolver esse problema tão delicado: em um estacionamento! A temperatura muda se algum carro estiver parado sob o sensor. O aquecimento global depende da cor do carro!
Agora veja aqui os resultados das medições por satélite. Há mesmo um aquecimento nítidamente reconhecível aqui? Clique no gráfico para ampliar. "SH" é "Southern Hemisphere" e "NH" é "Northern Hemisphere".
-Determinar a temperatura de um objeto com alta precisão.
Assim que você começa a escolher o termômetro a utilizar, avisam-lhe:
-Cuidado, a temperatura desse corpo não é uniforme!
Bom, o problema começa a ficar complicado. Já é difícil determinar a temperatura de qualquer objeto com precisão de 0.1 °C, há pouquíssimos termometros capazes dessa precisão. Como você que é um cientista sabe, resolução de 0,001 °C é possível, mas a precisão de 0,1 °C é difícil de conseguir.
Como a temperatura do objeto não é uniforme, você cria uma estratégia para calcular a temperatura média do objeto, usando centenas de termômetros. Você pergunta:
-Posso isolar o objeto?
Claro, se isolarmos o objeto fica muito mais fácil garantir que a temperatura do corpo não está sofrendo influência de movimentos de ar ou fontes de radiação próximas. Então vem a decepcionante resposta:
-Não, não pode. Tem que determinar a temperatura do corpo do jeito que ele está.
Aí vem outro probleminha. Temos que determinar a temperatura com precisão de 0,01 °C em um objeto que tem partes que estão 100 °C mais quentes do que outras. Em alguns pedaços a temperatura é de -60°C e em outros chega a 45°C. Para piorar a situação ainda mais um pouquinho, a temperatura desse objeto varia com o tempo, muito rapidamente. Você já começa a achar que estão tirando sarro da sua cara. Mas então vem uma idéia, e com ela uma última esperança de cumprir a tarefa:
-Posso medir a temperatura no interior do objeto?
A lamentável resposta é:
-Não. Queremos saber a temperatura média do objeto e queremos saber como está variando com o tempo, com precisão de centésimos de °C. E tem pedaços líquidos, pedaços com gelo que derretem e recongelam, e recebe radiação luminosa e emite no infravermelho, a fonte de radiação muda de distância e está coberto de gases que circulam e cuja temperatura também varia com o tempo. Ah, ia me esquecendo, o objeto tem 12 mil quilômetros de diâmetro e tem o nucleo derretido, mas queremos a temperatura de sua superfície somente. Ah, e só do ar por sobre a superfície, a baixa altitude.
Este é o problema que os malucos que falam do "aquecimento global" dizem ter resolvido. E ninguém mediu a temperatura média dos oceanos, uma maneira elegante de determinar se o mundo está aquecendo ou não.
O engenho humano é realmente impressionante, e uma solução interessante para esta pergunta - que nem sabemos se é uma pergunta relevante - foi conseguida recentemente. Com satélites medindo a emissão de infravermelho distante é possível medir com grande precisão contínuamente a temperatura atmosférica ao redor dessa gigantesca esfera, milhões de pontos e milhões de medidas por dia, continuamente, dia e noite, sobre terra e oceanos. Tudo isso para descobrir que o objeto, nossa Terra, não aqueceu mais do que 0,05°C (cinco centésimos de grau centígrado) por década nas 3 décadas em que essa medição existiu! Na verdade, o mundo está neste momento mais frio do que estava em 1983, 4 anos depois de ter começado a medição por satélites, a única que tem alguma confiabilidade.
E falam de aquecimento global, os muito espertos. Vão se catar!
Vejam um dos termômetros usados para tentar resolver esse problema tão delicado: em um estacionamento! A temperatura muda se algum carro estiver parado sob o sensor. O aquecimento global depende da cor do carro!
Agora veja aqui os resultados das medições por satélite. Há mesmo um aquecimento nítidamente reconhecível aqui? Clique no gráfico para ampliar. "SH" é "Southern Hemisphere" e "NH" é "Northern Hemisphere".
5 comentários:
Pode-se perceber, examinando o gráfico, que há pelo menos uma tendência para mais ao longo do tempo: infelizmente a falta de nitidez não permite fazer cálculos, mas a percepção visual é essa. Com observações abrangendo período mais longo chegar-se-á a resultados que permitam concluir com certeza a respeito dessa tendência ou de tendência diversa.
l.goes,
Basta clicar no gráfico para ampliar e ver melhor a tendência. SH é "Southern Hemisphere", NH é "Northern Hemisphere". No hemisfério sul houve um ligeiro "esfriamento global", enquanto no hemisfério norte houve ligeiro aquecimento.
Perfeito!
Eu não entendo chongas de clima, ecologia e lá o raio. Nem ouso escrever comentários a respeito. Contudo em conversas sobre o assunto, sempre questionei como conseguir um método que permita saber a temperatura média do planeta.
A localização dos medidores pode ser influenciada sem que isso signifique aumento médio, pelo menos perceptivel a instrumentos, dado que se teria que "dissolver" no todo a variação.
Uma arvore, um maior espaço asfaltado e etc. Tudo isso causa alterações na medição em proporção gigantescamente absurda em relação ao todo. ..E muitas outras considerações.
Como não conheço do assunto apenas levantava tais questões como um perfeito parvo. Apenas suscitando dúvida.
Agora leio isso. Pô! apreciei demais.
Abs
C. Mouro
Zappi
Não tinha visto este post sobre medição de temperatura, estava ocupado com estruturas de chaminés ou algo assim e não vi.
Hoje é um grande dia para mim, tuas considerações sobre este assunto refletem exatamente o que sempre pensei ao respeito. Quando ouvi falar a primeira vez sobre aquecimento global pensei: como medem a temperatura? E como ousam falar em aquecimento médio nos últimos 100 anos?????? Que base de dados e essa? Quem mediu a temperatura em 1900 usou o quê? Termômetro de mercúrio, ferro-constantan?
Paulo você prestou um serviço realmente valioso mostrando às pessoas (que não tem obrigação de saber e por isso são enganadas) as dificuldades de medir qualquer coisa que seja quanto mais temperatura.
Por força da minha profissão enfrento quase que diariamente problemas relacionados com medição de temperatura (quase sempre em sistemas isolados – fácil) onde não dá para confiar em variações menores que 1 °C, sim apenas um grau centigrado. Para mim quando falam em aquecimento global de 0,5 °C penso que estão de brincadeira ou pior não sabem o que estão falando, e o povo acredita.
Meu avô dizia “o tempo (clima) está mudando por causa da bomba atômica”........
Sinais dos tempos: comunismo, terceira guerra mundial, Y2K, aquecimento global, qual vai ser a próxima?
Um abraço,
Eduardo
Acho que você esqueceu de notar que nem todo o aquecimento resulta em variação de temperatura. Uma das conseqüências do aquecimento é a mudança de estado físico do gelo para água. O tão famoso derretimento das neves eternas do monte Kilimanjaro, dos Alpes e do gelo do Ártico é um sinal do aumento do calor latente na Terra. Ouvi dizer por diversas fontes que o derretimento desse gelo pode provocar catástrofes, como aumento do nível do mar e inundação de cidades, destruição de ecossistemas e extinção de espécies (como o urso polar, que desapareceria se acabasse o gelo do Ártico). A diminuição do gelo pode ser medida visualmente pela retração das áreas cobertas por geleiras.
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