2008-11-22

Os novos analfabetos

Um dos momentos mais importantes na vida de uma criança é quando ela aprende a ler. Só sendo capaz de ler ela será capaz de adquirir alguma coisa do imenso repositório de conhecimento humano que está disponível a quem é capaz de folhear e entender as páginas de um livro.

É claro que não basta ler. É mais importante ser capaz de ler a língua inglesa, a língua internacional para a qual quase todas as obras literárias do mundo já foram traduzidas. Uma vez que uma criança aprende a ler ela deveria já começar a aprender inglês.

Está muito na moda hoje falar no analfabetismo digital, que é a incapacidade de usar o computador, mas eu acho que há um analfabetismo ainda mais grave e que deveria começar a ser combatido antes ainda de aprender a ler. Esta forma de analfabetismo está tão difundida e é tão comum que os que não são analfabetos é que são considerados 'diferentes'.

Estou falando do analfabetismo científico. Esta forma de analfabetismo é extremamente difundida: 99% da população (ou mais) não tem a mais básica noção de ciência. Não entendem as leis do movimento, a diferença entre massa e peso ou o tamanho e a quantidade de átomos e moléculas. Não sabem o que é a eletricidade, os virus ou as radiações eletromagnéticas. Nada disso faz nenhum sentido para esses que usufruem dos últimos avanços da tecnologia como se estivessem em um mágico mundo onde os cientistas (loucos, claro) fossem bruxos descontrolados.

A conseqüência mais triste desta situação é que é possível convencer qualquer pessoa de qualquer bobagem, bastando para isso invocar a palavra "ciência" ou "científico". Esta palavra, para quem nada sabe e nada entende, tem o poder mágico de gerar tácita aceitação.

Para adicionar mais um componente de complexidade, os avanços científicos atingiram uma sofisticação tal que é impossível para uma pessoa compreender os avanços em todas as áreas do conhecimento. Entretanto alguns conhecimentos básicos deveriam ser obrigatórios, como é obrigatório conhecer as letras do alfabeto. Com estes conhecimentos básicos, as pessoas poderiam decidir sobre assuntos mais complicados sem os fanatismos vistos hoje em dia em religiosos da ecologia, os eco-freaks, por exemplo, ou os maníacos do aquecimento global. Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento perceberia que quase todos os efeitos imputados ao "aquecimento global" não se justificariam, já que um aquecimento de centésimos de grau não é mensurável nem com os mais precisos termômetros, quanto menos causa de supostas monumentais mudanças em ambientes remotos. E é especialmente peculiar o fato de que ambientes nunca antes monitorados tenham mudado tanto.

Ainda falta muito para a maioria deixe de ser analfabeta em ciências, mas neste caso cada um pode e deve fazer um pouco a respeito. Defenda com unhas e dentes a educação científica básica.

Um comentário:

Anônimo disse...

É vero, meu caro Zappi.
Como consequencia, aqui neççepaíz de boschta, as porcas termoelétricas não precisam de licença mabiental nenhuma... enquanto as fantásticas hidroelétricas são proibidas...
Tudo centralizado na mão de poucos ladrões institucionais...