A primeira vez que reparei nessas duas palavras foi quando aprendia alemão. Não há nada melhor que uma língua estrangeira para fazer com que compreendamos melhor a nossa própria.
Vejamos essas palavras: Ex+pressão e Im+pressão.
A primeira pergunta que me veio à mente foi "Que pressão é essa afinal?".
Pressão é equivalente à palavra força e, para os antigos, não havia movimento sem força. Esta pressão é o que move as pessoas à ação.
Quando a pressão está represada, nos a libertamos nos exprimindo. Nossa expressão impulsiona outros a fazer algo se conseguirmos formar dentro de suas mentes uma impressão favorável.
Assim a expressão gera a impressão que gera novas expressões. Nessa vigorosa dança o mundo muda de rumo.
Da mesma maneira, se algum grupo não deseja o progresso, a primeira providência é sempre cercear a expressão. Em todos os regimes totalitários isso aconteceu de forma mais ou menos completa. Esses regimes terminam por colapsar por sua própria incompetência, mas não sem antes destruir milhões de vidas e pensamentos e assim deixar seu povo em um estágio muito atrasado.
A outra forma de imobilizar o mundo é muito mais sutil. Ela funciona pelo lado de limitar as "impressões". Como? Se a capacidade de comunicação é tão baixa que o ouvinte nem sequer entende o que lhe é dito, a expressão pode existir mas a impressão jamais se forma. É a maneira mais perversa de limitar um povo.
É o que acontece no Brasil.
Quando não se é totalmente analfabeto no Brasil, as crianças e adolescentes estão submetidos à mais perversa doutrinação. Esta doutrinação vem da escola, dos professores, da televisão, da família, das empregadas domésticas. As verdades básicas são repetidas infinitamente e qualquer outra informação encontra cérebros refratários, indiferentes. Nada muda. Todos aplaudem quando é para aplaudir. Opinião própria é uma coisa feia. Todos concordam. Ninguém reclama. Harmonia total.
O brasileiro nem sabe o que é debate. No Brasil debate é colocar um representante da UNE e outro da reitoria para trocar insultos. Debate no Brasil é só mais uma baixaria, como o domingão do Faustão, Chacrinha ou Silvio Santos. Debate no Brasil é o Lula falando em rede nacional ou o Maluf acusando a Marta de ladra. Um exclusivo canal para espalhar atraso. Nunca um pensamento lógico, nunca uma opinião. Opinião é uma coisa feia. Reclamar também é feio.
Quando cheguei à Australia fiquei espantado com esta diferença: aqui na escola primária há curso de debate. Sim, debate real, com argumentos lógicos, com regras rígidas, a expressão gerando impressões, as impressões gerando expressões. Nunca vi nada disso no Brasil.
Debates podem ser ganhos ou perdidos. Entretanto o que se expressou fica para sempre dentro de cada ouvinte. Essas impressões evoluem lentamente e no fim a verdade prevalece.
O gosto pela verdade deve ser cultivado. É mais facil aceitar mentiras prontas, tranquilizadoras, repetidas ad infinitum com aquela expressão insípida de apresentadora petralha em propaganda eleitoral.
Quem gosta da verdade reage imediatamente. Expressa-se, doa a quem doer.
Vejamos essas palavras: Ex+pressão e Im+pressão.
A primeira pergunta que me veio à mente foi "Que pressão é essa afinal?".
Pressão é equivalente à palavra força e, para os antigos, não havia movimento sem força. Esta pressão é o que move as pessoas à ação.
Quando a pressão está represada, nos a libertamos nos exprimindo. Nossa expressão impulsiona outros a fazer algo se conseguirmos formar dentro de suas mentes uma impressão favorável.
Assim a expressão gera a impressão que gera novas expressões. Nessa vigorosa dança o mundo muda de rumo.
Da mesma maneira, se algum grupo não deseja o progresso, a primeira providência é sempre cercear a expressão. Em todos os regimes totalitários isso aconteceu de forma mais ou menos completa. Esses regimes terminam por colapsar por sua própria incompetência, mas não sem antes destruir milhões de vidas e pensamentos e assim deixar seu povo em um estágio muito atrasado.
A outra forma de imobilizar o mundo é muito mais sutil. Ela funciona pelo lado de limitar as "impressões". Como? Se a capacidade de comunicação é tão baixa que o ouvinte nem sequer entende o que lhe é dito, a expressão pode existir mas a impressão jamais se forma. É a maneira mais perversa de limitar um povo.
É o que acontece no Brasil.
Quando não se é totalmente analfabeto no Brasil, as crianças e adolescentes estão submetidos à mais perversa doutrinação. Esta doutrinação vem da escola, dos professores, da televisão, da família, das empregadas domésticas. As verdades básicas são repetidas infinitamente e qualquer outra informação encontra cérebros refratários, indiferentes. Nada muda. Todos aplaudem quando é para aplaudir. Opinião própria é uma coisa feia. Todos concordam. Ninguém reclama. Harmonia total.
O brasileiro nem sabe o que é debate. No Brasil debate é colocar um representante da UNE e outro da reitoria para trocar insultos. Debate no Brasil é só mais uma baixaria, como o domingão do Faustão, Chacrinha ou Silvio Santos. Debate no Brasil é o Lula falando em rede nacional ou o Maluf acusando a Marta de ladra. Um exclusivo canal para espalhar atraso. Nunca um pensamento lógico, nunca uma opinião. Opinião é uma coisa feia. Reclamar também é feio.
Quando cheguei à Australia fiquei espantado com esta diferença: aqui na escola primária há curso de debate. Sim, debate real, com argumentos lógicos, com regras rígidas, a expressão gerando impressões, as impressões gerando expressões. Nunca vi nada disso no Brasil.
Debates podem ser ganhos ou perdidos. Entretanto o que se expressou fica para sempre dentro de cada ouvinte. Essas impressões evoluem lentamente e no fim a verdade prevalece.
O gosto pela verdade deve ser cultivado. É mais facil aceitar mentiras prontas, tranquilizadoras, repetidas ad infinitum com aquela expressão insípida de apresentadora petralha em propaganda eleitoral.
Quem gosta da verdade reage imediatamente. Expressa-se, doa a quem doer.
2 comentários:
Show de bola:
"A outra forma de imobilizar o mundo é muito mais sutil. Ela funciona pelo lado de limitar as "impressões". Como? Se a capacidade de comunicação é tão baixa que o ouvinte nem sequer entende o que lhe é dito, a expressão pode existir mas a impressão jamais se forma. É a maneira mais perversa de limitar um povo."
E mais ainda:
"Quando não se é totalmente analfabeto no Brasil, as crianças e adolescentes estão submetidos à mais perversa doutrinação. Esta doutrinação vem da escola, dos professores, da televisão, da família, das empregadas domésticas. As verdades básicas são repetidas infinitamente e qualquer outra informação encontra cérebros refratários, indiferentes. Nada muda. Todos aplaudem quando é para aplaudir. Opinião própria é uma coisa feia. Todos concordam. Ninguém reclama. Harmonia total.
O brasileiro nem sabe o que é debate. No Brasil debate é colocar um representante da UNE e outro da reitoria para trocar insultos. (...) Nunca um pensamento lógico, nunca uma opinião. Opinião é uma coisa feia. Reclamar também é feio."
Que me resta dizer?
Só mesmo realçar os trechos irretocáveis, como meio de dizer algo que precisa ser dito.
Abraços
C. Mouro
Mais um texto primoroso, Zappi!
Você consegue imaginar a cara de espanto dos meus alunos?... leciono Cito-Histologia, aquele monte de nomes complicados inundando as pequenas mentes dos estudantes de "nível superior".... quando pela primeira vez utilizei-me desta tática (a "desconstrução" da palavra) para explicar o que raio era uma glicosaminoglicano ou 0 ácido desoxirribonucleico (nosso bom e velho DNA...)... meus alunos ficaram boquiabertos.... Ah, "fessôr", então é isso???
Desde então fico que nem sarna para que eles deixem a preguiça mental de lado e, antes de "decorar" aquele palavrão difícil, tentem entender qual a origem do tal palavrão... porém, apenas alguns poucos são "impressionáveis"....
PS: talvez você tenha matado a charada... também estudei (um pouco) alemão e foi quando comecei a decompor as palavras (cada sopa de letrinhas que o alemão tem... verdammte!).
Abraço!
Ielpo
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