2007-11-04

Economist - especial sobre religião

A Economist publicou (aqui) um especial sobre religião. O autor, John Micklethwait, editor-chefe da Economist, disponibiliza uma entrevista em áudio sobre o assunto (aqui).

A série de artigos é esquisita. Chama de religião o movimento ecologista americano, o que tem um certo sentido. Afinal baseiam-se em premissas vagas, em idéias como a de que o homem não deveria brincar com as forças da natureza, verdadeiros dogmas ecololoucos. Entretanto também chama de religião a não-religião. Isto é um absurdo, é basicamente como dizer que "careca" é uma cor de cabelo.

Há uma série de estranhas expressões que apontam desejo: "...por um lado as vibrantes religiões e pelo outro o ateísmo..."

Li tudo e não vi mais do que alguém listando as tendências religiosas sem fazer nenhum julgamento, com subreptícios elogios a uma seita ou outra, chegando à conclusão de que as religiões hoje influem na política, mas que na verdade, sempre influiram (dããã...!).

A prosa desse sujeito é tão vazia e evita julgamentos de tal maneira que me deixou um pouco deprimido. A revista que foi fundada para divulgar o pensamento racional evitou fazer qualquer juízo quando a razão e a fé se indispõe uma com a outra. Será que se esqueceram de que o progresso da humanidade é devido ao uso da razão?

Parafraseando Hitchens, eu me sinto tentado a dizer que esse "especial" da Economist é tão inútil quanto os testículos do Papa.

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