Devia ter uns doze anos quando pensou seriamente nesse assunto pela primeira vez. Estava em uma cidade do interior, em uma fazenda sem luz elétrica e saiu à noite para passear. Cigarras e rãs inundavam o ambiente com seus sons e vaga-lumes voavam ao redor. Sem querer elevou os olhos ao céu que, cristalino e pétreo, mostrava-lhe milhares e milhares de estrelas. Intuiu as distâncias, sentiu a imensidão, a terrível solidão de existir em um universo que não está nem aí conosco. Tudo passou assim a fazer sentido.
"Besteiras" - pensou - "Tudo o que me disseram não passam de besteiras"
Besteiras mal inventadas, fábulas mal escritas. O universo centrado no homem, um deus de historinhas ridículas, paraísos e infernos, dilúvios e pragas. Patéticas tentativas de explicar o universo, claramente escritas por quem não sabia quase nada sobre o assunto. Estava claro como a transparente noite cristalina.
Até uma criança percebe sozinha. Muitas entretanto continuam a acreditar no que lhes disseram. Quem sabe guarda, silenciosamente, esse magnífico segredo para si. Já lhe haviam dito, ríspidos, para meter medo: "não existe ninguém pior que quem nega a crença. Pecado Mortal!"
Sorria agora, tranquilo. Entendeu que a vida era uma aventura, que havia de descobrir tudo o que pudesse sobre o universo. Sabia que os que acreditavam estavam amarrados, vivendo dopados em manicômios, esperando, esperando ansiosamente... a morte. Ele não. Estava vivo de verdade. Descobriu que o maior valor era justamente... descobrir.
"Besteiras" - pensou - "Tudo o que me disseram não passam de besteiras"
Besteiras mal inventadas, fábulas mal escritas. O universo centrado no homem, um deus de historinhas ridículas, paraísos e infernos, dilúvios e pragas. Patéticas tentativas de explicar o universo, claramente escritas por quem não sabia quase nada sobre o assunto. Estava claro como a transparente noite cristalina.
Até uma criança percebe sozinha. Muitas entretanto continuam a acreditar no que lhes disseram. Quem sabe guarda, silenciosamente, esse magnífico segredo para si. Já lhe haviam dito, ríspidos, para meter medo: "não existe ninguém pior que quem nega a crença. Pecado Mortal!"
Sorria agora, tranquilo. Entendeu que a vida era uma aventura, que havia de descobrir tudo o que pudesse sobre o universo. Sabia que os que acreditavam estavam amarrados, vivendo dopados em manicômios, esperando, esperando ansiosamente... a morte. Ele não. Estava vivo de verdade. Descobriu que o maior valor era justamente... descobrir.
7 comentários:
A humanidade está em desenvolvimento, da mesma forma que hoje achamos ridículo quando imaginavam que além do mar havia um precipício onde acabava o mundo. No futuro ridicularizarão essas historinhas mal inventadas de hoje. Onde as pessoas se matavam e também uns aos outros pelo seu deus.
Concordo com o Caue.
A própria evolução da humanidade a levará a superar essas crendices infantis e imbecilizantes.
beijo
Talvez não verei esse futuro. Uma pena.
Cauê, Saramar e Anônimo,
Funciona aos poucos. Estamos muito melhor que na idade média, mas ainda existem aqueles que gostariam, no fundo se seu ser, de que estivéssemos todos a beijar os pés do Papa e rezando para que a peste negra não matasse os nossos filhos. Estes mesmos, quando doentes, vão a hospitais Hi-Tech, mas no fundo estariam mais contentes se o exorcismo combinado com a auto-imolação fossem as únicas terapias disponíveis... Fico feliz em ter nascido nesta época.
Essa percepção só ocorre quando voce questiona as coisas, o mundo a sua volta e não aceita cordeirinho, mimos sem nenhuma intenção.
Mas a justiça não vê assim.
Que beleza de texto, Zappi!
É seu? Parabéns! (Por ter escrito ou postado!
Abraço!
Obrigado Lobo. É meu sim, mas esse não sou eu.
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