Em pleno século 21 vivem no nosso planeta primitivos animais, até pouco tempo atrás considerados extintos. Uma grande surpresa foi a descoberta de exemplares do peixe celacanto (
Latimeria chalumnae), julgado extinto há mais de 100 milhões de anos. O choque dos arqueólogos com a descoberta ainda não foi totalmente superado. O celacanto original é muito provavelmente o ancestral de todos os anfíbios, mamíferos e répteis terrestres, e tem como característica especial as barbatanas frontais lobulares, das quais os nossos membros anteriores teriam se desenvolvido. Essa descoberta revive uma pergunta fundamental sobre evolução: se somos descendentes de peixes como esse, por que o celacanto continua quase igual, após 100 milhões de anos, enquanto nós somos tão diferentes?
Entre as descobertas modernas, é difícil encontrar uma mais importante que a de um outro animal que se acreditava extinto e é parente próximo de um antepassado humano, o
Australopithecus afarensis. Alguns estudiosos o chamam de
Australopithecus religiosus. Este animal, quase um fóssil vivo, é considerado bastante inteligente. Os cientistas acreditam que a sua linhagem foi a primeira a observar o mundo de forma crítica, elaborando teorias primitivas para explicar os fenômenos que os aterrorizavam, como as tempestades, raios e trovões. Estas teorias sempre envolviam um outro
Australopithecus, mais poderoso, que controlaria as forças da natureza.
Os
A. religiosus não inventaram a linguagem mas aprenderam a falar. Não inventaram a escrita mas aprenderam a ler de maneira imperfeita, tendo preferência por frases repetidas, vocabulários restritos e conceitos simples. O
A. religiosus tem um forte espírito de grupo, sempre tentando se igualar aos que estão à sua volta, por meio de sofisticadas técnicas de imitação. Externamente parece-se muito conosco, ainda que as conexões de seu cérebro ainda remontem a uma era longínqua, muitos milhões de anos atrás, quando juntar-se em em bandos para apedrejar animais era uma prática comum de caça. Essa técnica era também utilizada para punir os membros do bando que não repetiam complexos rituais de confraternização e de sacrifício.
Os cientistas acreditam que o
Australopithecus religiosus se parece tanto conosco por co-evolução e hibridização, apesar de que os detalhes de sua linhagem ainda não tenham sido claramente estabelecidos. Espera-se que em um futuro próximo testes em seu DNA mitocondrial possam determinar o nosso parentesco exato com essas criaturas.
Quando treinados apropriadamente, os
A. religiosus podem efetuar diversas tarefas simples, como dissolver uma hóstia na boca sem mastigar, dizer fórmulas ajoelhando-se para uma direção pré-determinada, ou ainda repetir frases gritando e levantando os braços. Alguns dizem milhões de vezes a mesma coisa diante de um muro balançando repetidamente para frente e para trás. Outros giram ao redor de uma pedra entoando cânticos. Quando não treinados, podem tornar-se violentos. Repetições incessantes os acalmam e anulam muitos de seus instintos primitivos.
Infelizmente, algumas pessoas inescrupulosas treinam os volúveis
Australopithecus para operações tenebrosas de guerra e destruição. Alguns os incitam a cobrir-se com explosivos e correr na direção de um 'inimigo' pré-determinado, outros os ensinam a empunhar foices e cortar cabeças sob o comando de um esperto mestre assassino.
Sem adestramento apropriado, os
A. religiosus podem ser muito perigosos. Leis foram inventadas para dificultar o seu descondicionamento, chegando ao ponto de condenar à morte quem tentasse explicar aos
A. religiosus que seu treinamento é inútil e contraproducente. Uma solução definitiva para o problema está ainda para ser descoberta. Os cientistas estão exultantes por ter conseguido implantar células tronco humanas em cérebros de
Australopitecus. Em um futuro próximo o caro e ridículo condicionamento destas estranhas criaturas pode deixar de ser necessário, abrindo um gigantesco e maravilhoso leque de possibilidades para o futuro da humanidade.